No mês de novembro, o mercado de criptomoedas sofreu como não sofria desde o “Corona Crash”, fatídico 12 de março de 2020, onde toda a economia global mostrou quedas dignas de um Cisne Negro. Infelizmente o mercado devolveu tudo e mais um pouco, devido a insolvência da segunda maior exchange do mundo.
Assim foi este novembro para ser esquecido. A corretora de criptomoedas FTX que meses atrás ajudava outros players do mercado a resolver casos de insolvência, teve uma crise de liquidez. Isso ocorreu após o balanço da Alameda Research ser divulgado e ser composto amplamente por ativos ilíquidos, além do próprio token (FTT) emitido pela FTX, perdendo qualquer credibilidade e gerando saques em massa na corretora.
Tudo se deu muito rápido, no início do mês, enquanto Sam Bankman-Fried, CEO da FTX, negava qualquer crise no grupo e afirmava que estava tudo sob controle: “a FTX está bem. Os ativos estão bem”. Em paralelo, a Binance, que foi um dos mais relevantes apoiadores da FTX, liquidou todos os tokens FTT de sua posse. Changpeng Zhao ( conhecido como CZ), CEO da Binance, twitou que a venda foi devido às revelações recentes do balanço da Alameda Research.
Foi o estopim para o que estava por vir, gerou uma “corrida” com mais vendas e saques dos fundos dos usuários, sendo interrompida somente pelo bloqueio imposto pela empresa, o que determinou a instalação da crise de credibilidade. Ainda no mesmo dia, Bankman-Fried comunicou um acordo para uma transação estratégica com a Binance, viabilizando a possível aquisição da FTX.
Parecia ser um alívio para muitos, após idas e vindas de informações, o preço subindo e descendo em questão de minutos a cada nova notícia, até que a Binance anunciou que não iria avançar na negociação, “os problemas estão além do nosso controle ou capacidade de ajudar”, declara CZ.
No intervalo de 5 dias, o Bitcoin que estava acima de USD 21.000, teve quedas para até USD 15.500, mas para as altcoins foi ainda pior. No início do mês a capitalização do mercado de criptomoedas era acima de 1 trilhão de dólares, em 5 dias, foi diminuído cerca de 250 bilhões de dólares, voltando a patamares de janeiro de 2021.
Imediatamente após estes episódios, Sam Bankman-Fried declara falência da FTX e entrega o cargo de CEO. Os próximos capítulos saberemos no futuro. Mas todo o mercado foi atingido por este evento além dos usuários e investidores da FTX, assim como projetos como a Solana (SOL), Blockfi e uma miríade de empresas do ecossistema cripto que eram investidas da Alameda.
Mas, como é sabido, a criptoeconomia é dinâmica, há várias frentes e nem tudo é notícia ruim. O impacto da FTX catapultou fortemente o mercado DEFI e a carteira descentralizada Metamask anunciou que será compatível com jogos da Epic Games e GOG, duas das maiores lojas de vídeo games do mercado. O que é muito positivo para todos inseridos em WEB 3.0, já que através de integrações como estas, será possível negociar e oferecer NFTs e Tokens aos jogos das plataformas.
Ainda sobre WEB 3.0, a super grife de vestuário, Gucci, inaugurou loja no metaverso The Sandbox. De acordo com a empresa, o ambiente virtual irá permitir a realização de missões para ganhar NFT Boxes, que irão desbloquear entradas em locais VIPs, Tokens SAND e NFTs exclusivos da marca.
Na Índia, Banco Central local executou testes em larga escala da sua CBDC. Inicialmente são 8 grandes bancos que estão participando do projeto piloto que já nas primeiras horas liquidou 50 transações de títulos do governo indiano com um valor de R$ 170 milhões. O governo da Índia está sendo apoiado pela empresa Mint Road.
No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apresentou a carteira digital da CBDC brasileira. E o mesmo explica: “Em vez de você ter no seu celular vários apps de vários bancos, você vai ter algum tipo de integrador, que vai ser feito de forma privada. […] Ele vai ter a carteira digital, que vai ter os tokens emitidos pelos bancos, você pode ter outras stablecoins, que os bancos vão poder custodiar outros ativos digitais”. O BC brasileiro também lançou o LIFT, programa de estudo para integração da sua CBDC para DeFi e IoT.
Vitalik Butein, cofundador do Ethereum anunciou a nova versão do Roadmap de desenvolvimento da rede ETH, depois do sucesso do The Merge, essa nova versão está dividida em 4 fases: The Surge, The Verge, The Purge e The Splurge. Onde por ordem, cada um terá uma eficácia técnica diferente para a rede, desde reduzir custos de armazenamento, requisitos de hardware, aumentar escalabilidade da rede e simplificação do Ethereum para usuários comuns.
Antigo crítico de criptomoedas, JPMorgan faz sua primeira transação DeFi na Polygon Blockchain. Esta transação foi possibilitada pelo Project Guardian, programa piloto executado pela Autoridade Monetária de Singapura (MAS) para pesquisar possíveis usos da DeFi para financiamento de mercado. A mesma também anunciou criar uma nova plataforma blockchain interbancária para apoiar CBDCs.
Governo de Hong Kong irá aderir a tokenização de ativos e está preparando o primeiro lote focado em títulos verdes, anúncio veio durante a Fintech Week. Este tipo de ativo está em uma crescente na Ásia, assim Hong Kong quer aproveitar seu potencial do sistema financeiro tradicional para aplicar na tokenização.
A pequena ilha caribenha próxima a Porto Rico, São Cristóvão e Neves, anunciou durante o evento Bitcoin Cash 2022 que a moeda BITCOIN CASH (hard fork do Bitcoin) será moeda de curso legal. Esta ilha é o menor Estado Soberano do mundo, tanto em extensão quanto em número de habitantes (53.546).
Já o Bitcoin, abriu o mês com o preço um pouco acima de USD 20.500 e fechou com USD 17.100, uma queda de aproximadamente 16.20%. Atingiu mínima de USD 15.500 e pico de USD 21.500.
As top 10 moedas mais negociadas na Monnos no mês de novembro foram:
1. ApeCoin (APE),
2. dYdX (DYDX),
3. NULS (NULS),
4. Tether (USDT),
5. Klaytn (KLAY),
6. SingularityNET (AGIX),
7. Bitcoin (BTC),
8. Ethereum (ETH),
9. Aptos (APT),
10. Basic Attention Token (BAT).
O que esperar para Dezembro?
Bitcoin perdeu seu suporte de 20.000 dólares e agora virou uma resistência. Para ele voltar a subir, deverá romper este preço e se confirmar. Mas analistas não descartam a chance do Bitcoin buscar novos fundos, a USD 12.000 e a USD 9.000.
O inverno das criptomoedas, o famoso Bear Market está longo, passou mais de 1 ano em quedas, é provável que em alguns meses, tudo estará verde e eufórico novamente. Para quem busca longo prazo, não existe melhor momento para compra do que o desespero e as massivas quedas, é a hora de montar carteira para depois colher os frutos. Mas para dezembro, não se espera altas incríveis, talvez uma pequena recuperação do que aconteceu em novembro, isso se os respingos da falência da FTX pararem de atingir outros players do setor, o que ainda não sabemos.