Desde os primórdios, estabelecer uma relação adequada com os clientes é mandatório para fidelizá-los e progredir no varejo. Nesta busca recorrente, foram desenvolvidos vários métodos para tal, desde o contato personalizado, área de suporte ao usuário, programas de fidelidade, cupons de desconto, entre outros.
Com representatividade em 2022 de 27,4% do PIB nacional, segundo dados da Mercado & Consumo, o varejo é altamente competitivo e sensível, normalmente, com margens bem justas. Sob o cenário inflacionário e recessivo que se apresenta em boa parte do mundo, o desafio de aumento do lucro, ou mesmo a manutenção, estão ainda mais complexos. Por este motivo não se pode parar de inovar.
Assim, ser pioneiro neste segmento é um grande diferencial competitivo, pois, mais do que em qualquer outro, “quem chega primeiro bebe água limpa”. Por isso, todas as novas tecnologias que podem trazer aumento em vendas são bem vindas e rapidamente inseridas no dia a dia destas empresas.
Com NFTs foi assim, inesperada e surpreendentemente, o setor que se manteve como expectador da criptoeconomia por um bom tempo foi dragado para dentro dele quando grandes marcas como Nike, Adidas, Starbucks e outras, viram nesta tecnologia uma forma totalmente nova de engajar sua comunidade.
Ao surgir, estes colecionáveis se mostraram ativos meramente especulativos, sem qualquer fundamento ou disrupção tecnológica para a grande maioria. Para aqueles que ainda estão distantes, os NFTs são tokens únicos e imutáveis que representam a propriedade de ativos digitais, como obras de arte, música, e muito mais. Por ter esta característica imutável e única, algumas marcas perceberam o valor embarcado nesta proposta e começaram a aplicá-los em ativos como ingressos de shows, cupom para troca de item físico (como a camisa de seu ídolo), acesso a locais exclusivos tendo em contra partida a compra de um produto altamente limitado e por aí vai.
No caso da Starbucks, criou-se uma mescla de programa de fidelidade e game, com o nome de Odyssey, a empresa propõe a seus clientes prêmios ao cumprir missões, consumir produtos, responder perguntas sobre a história da marca e muito mais. Criou-se assim uma forma de premiar consumo, mas também engajamento no relacionamento e conhecimento da marca, algo nunca antes feito com tanta fluidez.
Ao se falar de programas de fidelidade, com o surgimento da tokenização e dos NFTs, os pontos terão muito mais trânsito transacional, afinal, podem ser utilizados como moeda, tanto dentro da rede de parceiros como fora dela, algo que também não era concebível. Nos dias atuais, é extremamente comum ter pontos de fidelidade vencendo em sua carteira por não ter onde gastar. Tudo isso muda, a tokenização oferece uma nova dinâmica, trazendo total liquidez para esses ativos, além de propiciar às empresas uma enorme simplificação operacional na gestão destes ativos.
Mas não para por aí, quantos que estão lendo este artigo já ouviram falar de cashback? E tokenback, conhece? Pois é, ao tokenizar uma empresa de varejo, esta pode começar a oferecer tokenback para seus usuários, os quais têm a mesma dinâmica de pontos ou cashback, mas dando a empresa mais uma ferramenta de engajamento, mas, mais do que isso, de mapeamento de comportamento.
Em suma, a depender do arrojo da empresa, a tecnologia existente já está disponível para estabelecer um patamar de relacionamento com seu consumidor nunca antes visto. Além de poder prover muito mais a seu público, a empresa terá total condição de mapear o nível de engajamento deste indivíduo e reconhecer tal envolvimento com a marca estabelecendo rewards por missão, seja esta a aquisição de um produto, a resposta de um quiz, ou mesmo o compartilhamento em redes sociais de um post, tudo pode ser potencializado, pois sob este novo cenário, seu cliente passa a ser um aliado da marca.