Em missão de negócios a El Salvador, executivos do primeiro cryptobank brasileiro – MONNOS, puderam identificar in loco o que é ter cripto como moeda corrente.
Empolgados por um passo como este, e tendo como missão a massificação de cripto, foram ver localmente o impacto e seus desdobramentos, e a conclusão não poderia ser melhor, segundo o CEO Rodrigo Soeiro, “o sentimento foi de estar chegando em Las Vegas quando ainda era um deserto”.
Até um ano atrás, El Salvador era mais um pequeno país da América Central, com o histórico praxe de toda a América Latina. Recém-saído da guerra civil (1992), com disputas constantes entre esquerda e direita no governo, tudo isso recheado de muita corrupção.
Pequeno em território (21.000 km2 – do tamanho de Sergipe), com pouco mais de 6 milhões de habitantes, sem considerar os quase 3 milhões de Salvadorenhos que moram nos Estados Unidos, este país tem sua economia girando em torno da agricultura (majoritariamente café e cana de açúcar), com o turismo apoiado em uma única frente, o surfe, dada as belas ondas e praias também belas, mas com estrutura ainda em desenvolvimento. Sob esta relevância, nos foi dito que era muito comum o extravio de bagagens para a cidade de Salvador, na Bahia, ou seja, poucos sabiam de sua existência.
Porém, após a mudança de governo, com a entrada de Nayib Bukele, empresário de visão e muito arrojo, ou melhor dizendo, coragem; o país adotou o Bitcoin como moeda local e, definitivamente, entrou no mapa. Desde então, as mudanças já começam a ser notadas, turistas de todo o mundo, maioria “crypto lovers”, têm vindo para conhecer e entender o que está ocorrendo. Eventos de cripto no local são frequentados e festejados globalmente. O apreço e veneração da comunidade cripto no mundo todo já é um fato e, buscando seguir ganhando visibilidade, houve o lançamento do projeto – BITCOIN CITY, algo também disruptivo e que embarca ainda mais oportunidades, aproveitando o trocadilho do início deste artigo, Bitcoin City é como o nascimento de uma “Las Vegas da criptoeconomia”.
Enfim, todos estes passos vêm sendo monitorados, há um holofote sobre o país, desde os mais poderosos, países interessados em postergar o fortalecimento da criptoeconomia (ao menos até poderem estar preparados). Até os menores, atentos em poder surfar o mesmo movimento. A título de curiosidade, no dia 16 de Maio deste ano, o presidente Bukele recebeu 44 países para apresentar melhores práticas na adoção de Bitcoin como moeda, dentre as nações os nomes são: Paraguai, Haiti, Angola, Jordânia, Costa Rica, entre outras.
Como nosso objetivo era averiguar a experiência dos cidadãos tendo bitcoin como sua moeda, o formato não poderia ser diferente senão efetuando entrevistas e testes de uso em vários estabelecimentos ao longo de nossa estada. Assim, efetuamos a análise em 68 pontos de vendas diferentes e as conclusões foram:
a) Um ganho claro – toda nação já sabe o que é Bitcoin, independente da profundidade de conhecimento, já estão minimamente familiarizados;
b) Há uma incômoda associação do Bitcoin como moeda legal ao atual presidente, assim, aqueles que o rejeitam não aceitam (segundo questionamento aos entrevistados, aproximadamente 25% da população);
c) Necessidade de educação quanto aos benefícios em aceitar Bitcoin. Em algumas entrevistas os donos dos estabelecimentos não aceitavam bitcoin, mas estavam indignados em ter que pagar 5% as bandeiras de cartão de crédito, sem saber que no caso de cripto estariam pagando zero. Ao falarmos se espantaram;
d) Em locais turísticos a adoção de cripto foi natural. Quase todos os “gringos” pagam utilizando as criptomoedas, afinal, elimina-se uma gama enorme de intermediações, o que, segundo apontado pelos entrevistados, faz com que gastem ainda mais;
e) Há rumores de que o comerciante, após as transações com cripto, estaria exposto a volatilidade do ativo, mas há uma função de conversão automática para dólar na CHIVO WALLET, ou seja, não há qualquer problema em haver queda.
Além das averiguações de pagamento seguimos testando, desta vez, o saque de cripto em ATMs. Neste caso, a experiência não foi boa, há muito que evoluir para aqueles que não têm a carteira governamental Chivo, disponível apenas para Salvadorenhos. Aguardamos por 30 minutos para executarmos o saque de 20 dólares. Mas mesmo assim foi impactante, o fato de não estar exposto aos riscos de ter que andar com dinheiro físico para trocar em alguma casa de câmbio, ou ainda, de não ter que pagar taxas abusivas de corretagem, e de não ter que ficar procurando a casa câmbio mais próxima, algo habitual para todos que viajam; valeu a pena o tempo esperado.
Dados os testes e entrevistas, pudemos perceber que foi na região onde o turismo é pujante que o trânsito de bitcoin mais se fortaleceu. Assim, fomos aos principais locais, vimos as praias, os vulcões, as ruínas Maias, os “pueblos” e até as plantações e produção de café artesanal, há muito a ser visitado e muito a ser melhorado, nada que o capital a ser captado via comunidade cripto de todo o mundo não possa prover. Esta comunidade está sedenta por alavancar El Salvador como o primeiro país a se beneficiar do real potencial da criptoeconomia, algo que vai muito além da função especulativa atual, mas sim, o papel disruptivo de libertação, desintermediação, descentralização, democratização e empoderamento de todos, independente do poder aquisitivo.
Concluímos assim que El Salvador não poderia estar num caminho melhor, e que não poderia ter um melhor parceiro (a criptoeconomia) para expor ao mundo todo seu potencial e usufruir de seu arrojo pioneiro. Fazemos com isso uma invocação aos players de cripto que participem, estejam presentes, proporcionem o que puderem para que isso se concretize, o tempo é curto, mas o impacto causado se der certo é justificável. Obrigado El Salvador por dar à criptoeconomia a oportunidade de ser realmente transformadora, mais do que nunca, você merece um lugar de destaque no mapa, certamente no mapa da criptoeconomia você já o tem.
