O mês de março foi marcado pela quebra e resgate de grandes bancos. Cenário diferente daquele vivenciado em 2008, mas que  assombra o mercado da mesma forma. Foram 3 grandes instituições atingidas inicialmente em um período de menos de 7 dias, Silicon Valley Bank, Signature Bank e Credit Suisse.

O Silicon Valley Bank colapsou, um banco que além de cripto friendly também apoiava startups, em especial,  fintechs. Sendo que este mesmo contava com as reservas do colateral em dólares da stablecoin USDC da empresa Circle, que com a incerteza do que iria acontecer, perdeu sua paridade 1:1 durante alguns dias, gerando um temor e rápida migração no mercado de criptomoedas.

A situação se deu em decorrência das altas taxas de juros do mercado americano. Dois dias depois da declaração de falência do SVB, veio o banco do estado de Nova York – Signature Bank, onde autoridades anunciaram uma intervenção.

Por último o Credit Suisse, cujas ações desabaram 24% em um dia, depois que o banco afirmou ter ‘fragilidades’ em seus balanços. Rapidamente os reguladores europeus se mobilizaram para viabilizar a aquisição pelo UBS.

Tanto o Governo Americano, quanto o Suiço, intervieram para evitar uma corrida aos bancos e tranquilizar seus mercados, com seus bancos centrais injetando dinheiro para evitar o pior (no curto prazo).

Para as criptomoedas, inicialmente, houve uma queda, mas com rápida recuperação, o maior problema foi em relação às stablecoins, onde algumas perderam sua credibilidade e usuários migraram para outras que não perderam sua paridade. Em suma, esta sequência de ocorrências no setor bancário só mostrou a força da criptoeconomia, por sua descentralização e independência em relação a governos ou bancos centrais.

Aproveitando o tema criptomoedas, em El Salvador, segundo o presidente Nayib Bukele, a adoção do Bitcoin como moeda local impulsionou o turismo do país em incríveis 95%. Bukele  comentou também sobre um de seus principais projetos –  a criação da Bitcoin City, uma cidade com áreas residenciais, zero impostos, alimentada por energia geotérmica de vulcões e financiada por títulos de Bitcoin.

Utah nos Estados Unidos se tornou o primeiro estado a aprovar a lei sobre DAO (Organização Autônomas Descentralizadas). A legislação concede reconhecimento legal e proteções de responsabilidade limitada as DAOs . A lei DAO de Utah foi aprovada pelos comitês da Câmara e do Senado.

A gigante empresa de brinquedos, Lego, prepara a entrada no metaverso em parceria com a Epic Games. A iniciativa da Lego no metaverso pode ser uma forma de abrir caminho para outras empresas do setor de brinquedos, incentivando uma nova forma de interação entre crianças e adultos neste universo.

Na Dinamarca, a Suprema Corte decidiu que lucros obtidos com as negociações de Bitcoin devem ser tributados, atribuindo que investimentos nas criptomoedas tem natureza especulativa. Tal decisão pode estabelecer um péssimo cenário para investimentos em criptomoedas no país.

No mercado de NFTs, recentemente o marketplace Blur superou o gigante e mais antigo marketplace de NFTs, o OpenSea. Segundo o Dapp Radar, o volume de negócios do Blur triplicou em relação ao OpenSea nos últimos 30 dias, atingindo US$ 1,4 bilhão.

A YugaLabs, empresa por trás da coleção Bored Ape finalizou o leilão de sua coleção de NFTs do Bitcoin. De acordo com os dados do leilão, a coleção TwelveFold teve um relativo sucesso. 288 investidores levaram para casa os 300 NFTs criados para a coleção, e o leilão arrecadou 16,49 milhões em BTC, sendo aproximadamente R$ 87 milhões na cotação do momento.

A gigante de cosméticos, L’Oréal, entrou na Web3, acreditando que uma nova geração de criadores da Web3 ajudará a redefinir a beleza. “A melhor parte da Web3 é a existência de uma comunidade, onde as pessoas que têm a mesma visão ou filosofia podem compartilhar valores”, disse Yann Joffredo, presidente global da NYX, marca de propriedade da L’Oréal.

Ainda sobre Web3, a capital chinesa Pequim,  lançou um plano para desenvolver a indústria da Web3 na região. Mas o interessante é que blockchains públicas como o Ethereum, além de toda a indústria de criptoativos são proibidas. A iniciativa quer tornar a cidade pioneira no uso da Web3, facilitando a instalação, financiamento e desenvolvimento de empresas relacionadas ao setor, segundo o próprio governo local.

No Brasil, o experimento Praia Bitcoin quebrou o recorde mundial de transações da moeda  por meio da Lightning Network, com 71 transações em 3 minutos e 33 segundos. Ou seja, uma transação a cada 3 segundos. “Este recorde é uma prova do poder do Bitcoin e que ele está pronto para as massas”, disse Fernando Motolese, fundador da Organização Praia Bitcoin, situada em Jericoacoara, Ceará.

De acordo com uma pesquisa realizada pela HedgewithCrypto, o Brasil poderá fechar 2023 como um dos três primeiros países do mundo em adoção de criptomoedas, registrando um enorme aumento de 355% nas buscas mensais médias por criptomoedas desde 2020.

Com o objetivo de reforçar as medidas de auto-regulamentação no setor de criptomoedas no Brasil, a ABCripto (Associação Brasileira de Criptoeconomia) lançou um selo para certificar a integridade e segurança das empresas e exchanges de criptomoedas com atuação no Brasil.  Para receber o selo da ABCripto, as empresas devem passar por uma avaliação feita pelas consultorias Deloitte e KPMG. A certificação terá validade de um ano, após o qual a empresa deverá pedir a renovação. Além disso, é necessário que a empresa seja associada à ABCripto para entrar com o pedido do selo.

Trazendo alguns dados, o Bitcoin abriu o mês de março com o preço de aproximadamente USD 23.200 e fechou próximo dos USD 28.400, tendo uma alta de quase 23%. Sua mínima foi de USD 19.500 e máxima de aproximadamente USD 29.200.

As top 10 moedas mais negociadas na Monnos no mês de março foram:

1. SingularityNET (AGIX),

2. Binance Coin (BNB),

3. Ethereum (ETH),

4. Bitcoin (BTC),

5. Monnos Token (MNS),

6. DAI (DAI),

7. Harmony (ONE),

8. Tether (USDT),

9. Riple (XRP),

10. Ankr (ANKR).

O que esperar para Abril?

O Bull Market já começou, mas isso não impede quedas no curto prazo, analistas e indicadores mostram que o Bitcoin ainda busca novas oportunidades de preço em torno de 32 e 36 mil dólares. Alguns pessimistas acham que o preço ainda irá buscar a faixa de U$ 14.000.

Com todas as incertezas globais, talvez os mercados vejam as criptomoedas como um refúgio e possam alavancar os preços nos próximos dias, não há como cravar, mas estamos confiantes de que “bons ventos” virão.

Ainda para Abril, há uma  nova atualização prevista para o Ethereum, chamado de Shanghai Fork, que vale a pena ficar de olho, pois pode gerar uma possível movimentação. Esta atualização trará a liberação do saque de quem fez staking das ETH para o Proof-of-Staking que valida as transações da rede, e que até então estavam travadas.

Com este movimento, pode ocorrer uma pressão de venda. Prevendo isso na rede existe trava de segurança com um limite máximo de 50.000 ETH por dia para saques. Além dos saques, outras atualizações virão, como melhorias da rede, códigos mais baratos e seguros, proteção a ataques DDoS, novas instruções, limite de tamanho máximo de códigos, tornando a rede mais enxuta.

Como podem ver, a criptoeconomia não para e mantém o foco no consumidor e na descentralização. Que venha Abril!

 

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