Slippage

Você já passou por alguma situação em que não conseguiu executar uma compra por um preço que pretendia? Essa compra acaba saindo mais cara que o planejado ou sua venda acaba saindo mais barata.

Isso é conhecido como slippage, que em bom português seria “deslizamento”.

Primeiramente, é preciso dizer que há mais de uma maneira de emitir uma ordem de compra: você pode especificar o preço na corretora ou pode simplesmente dar uma ordem “no valor de mercado” – o que seria mais ou menos o equivalente a dizer: “Faça a transação agora pelo preço que ‘estão pagando’”.

É nessa segunda situação que pode ocorrer o fenômeno chamado slippage.

Vamos visualizar o “deslizamento” com um exemplo. Suponha que você está fazendo operações de day trade e o preço de um ativo chegou a R$20,00 – cotação em que você decide emitir uma ordem de compra.

No entanto, entre o tempo de você dar a ordem e ela ser lançada, a cotação já havia subido para R$20,10.

Nesse sentido, é preciso entender que o slippage não é algo específico de determinado tipo de mercado. Ele pode ocorrer em negociação de ações, contratos, nas transações de criptomoedas etc.

Também vale ressaltar que esse fenômeno não invalida a transação: foi o usuário que emitiu a ordem e optou, por vários motivos, por realizá-la a “preço de mercado”. Se você tivesse especificado a ordem de venda do exemplo acima para ser executada unicamente pelo preço R$ 20,00, talvez ela tivesse demorado minutos, dias ou horas para ser executada – ou talvez nunca fosse, porque ativos podem nunca mais retornar a uma determinada cotação.

O livro de ordens e como eles podem acarretar slippage

Imagine que há, no livro de ordens de uma determinada corretora de criptomoedas, as seguintes ordens de venda:

– 1 bitcoin por R$ 20.000

– 2 bitcoins R$ 23.00

– 4 bitcoins por R$ 25.000

– 1 bitcoin por R$ 30.000

– 3 bitcoins por R$ 31.000

– 1 bitcoin por R$ 31.500

Então, um cliente coloca uma ordem para converter R$ 68.000 em bitcoins (ou seja, uma ordem de compra) pelo valor “de mercado”.

A corretora executa a compra indo do topo para o final, de modo que ele vai pagar R$ 20.000 por 1 bitcoin, R$ 23.000 por 2 e, finalmente, R$ 25.000,00 por 4.

Restariam apenas as ordens de venda de R$ 30.000 e de R$ 31.000 no livro.

Como você pode perceber, o preço pago pelo cliente foi variando ao longo do tempo, mas talvez ele tivesse se interessado pela cotação mais barata, apenas. Isso também é um tipo de slippage.

Como evitar

Como mencionado, você sempre pode especificar o preço de compra e venda. Entretanto, isso pode impactar a velocidade com que sua ordem será executada.

Outro fator relevante são as quantidades envolvidas na sua ordem. Corretoras costumam lidar com grande fluxo, de modo que o slippage não costuma ser grande – um usuário querendo comprar R$ 68.000 em Bitcoin, no mundo real, provavelmente não experimentaria uma variação tão significativa quanto a do exemplo fictício acima.

Um usuário querendo comprar ou vender 100 bitcoins, por outro lado, experimentaria uma variação maior porque provavelmente executaria várias ordens a preços diferentes que constavam no livro.

 

 

 

  • Bull trap se refere a um cenário em que vários investidores preveem uma tendência de alta para um ou mais ativos, mas ocorre o oposto.

  • Moeda FIAT (ou moeda fiduciária) é a moeda emitida pelos bancos centrais de qualquer país. No Brasil, é o real. Nos USA, é o dólar, por exemplo.

  • DYOR vem do inglês "do your own research", ou seja, faça sua própria pesquisa. É muito usado por usuários de cripto.

  • Uma altcoin é toda e qualquer moeda que não seja o Bitcoin. "Alt" vem de alternative (que inglês significa alternativo).

  • Bearish ou Bear Market é quando o mercado está pessimista em relação ao preço dos ativos, o que desencadeia um período de baixa.

  • O bear market é uma condição de mercado onde os preços em baixa e tendem a continuar caindo. É um momento de grande pessimismo.

  • BTFD vem do inglês "Buy the F*cking Dip". É basicamente uma forma agressiva de recomendação de compra quando o mercado está em queda.

  • Vitalik Buterin é co-criador e inventor da Ethereum, a 2° maior criptomoeda do mundo em termos de capitalização de mercado.

  • AMM é uma sigla para Automated Market Maker, (em português, Criador de Mercado Automatizado). É um “robô” que faz a cotação entre dois ativos

  • Baleia é nada mais do que uma forma de denominar uma pessoa que é dona de uma grande quantia de ativos.