A mineração de Bitcoin é o processo pelo qual novos bitcoins são colocados em circulação. É também a forma como a rede confirma novas transações e às adiciona na blockchain.
Basicamente, cada vez que uma transação é feita, ela é adicionada em um “bloco”. Cada bloco é verificado, e se estiver tudo certo, eles são adicionados na blockchain (“corrente de blocos”, em inglês).
Para fazer tudo isso (analisar as transações em um bloco, adicioná-las a blockchain e etc), os chamados mineradores precisam dar a resposta correta para problemas matemáticos complexos. Mas o que eles ganham com isso?
Em troca de seu trabalho, mineradores recebem a taxa paga por quem deu a ordem para que a transação fosse feita e também recebem como recompensa uma criptomoeda nova, gerada ao longo do processo de mineração.
É importante dizer que nunca existirão mais que 21 milhões de unidades de Bitcoin, devido a forma como seu código foi feito. Ou seja, quando a última unidade for dada como recompensa, a partir daí, a taxa paga por quem emitiu uma ordem de transação passará a ser a única recompensa pelo trabalho dos mineradores.
Por que precisamos de mineradores?
“Mineração” é uma metáfora para o trabalho computacional realizado na esperança de ganhar criptomoedas. Na realidade, os mineradores são essencialmente pagos por seu trabalho como “auditores” ou “verificadores”.
Com seu trabalho, os mineradores estão ajudando a evitar o “problema do gasto duplo”.
O gasto duplo é um cenário em que um proprietário de Bitcoin gasta ilicitamente o mesmo bitcoin duas vezes. Com a moeda física, isso não é um problema: quando você entrega a alguém uma nota de 50 reais, você não a tem mais. Embora dinheiro falso seja possível, não é exatamente o mesmo que gastar literalmente o mesmo dólar duas vezes. Quando falamos de moedas digitais, entretanto, é preciso um mecanismo que garanta que alguém não está enviando a mesma moeda para duas pessoas diferentes – e portanto cometendo uma fraude.
Digamos que você tenha uma nota de 50 reais legítima e a usa como base para fazer uma nota falsificada de mesmo valor. Você está correndo o risco de alguém verificar de forma diligente a falsificação e verificar que ela é uma fraude. O que um minerador de blockchain faz é análogo a isso – eles garantem que ninguém poderá enviar o mesmo bitcoin duas vezes.
A corrida pelo prêmio
Para ganhar as recompensas, você precisa ser o primeiro minerador a dizer qual é a resposta certa, ou resposta mais próxima, para um problema numérico. Esse processo também é conhecido como prova de trabalho (PoW).
Os mineradores estão resolvendo problemas matemáticos difíceis, é verdade, mas não porque a matemática em si é difícil. O que eles estão realmente fazendo é tentar ser o primeiro minerador a criar um número hexadecimal de 64 dígitos (um “hash”) que seja menor ou igual ao hash de destino. É basicamente ficar “chutando respostas” até acertar, e quem chuta mais vezes no mesmo espaço de tempo tem mais chances. E o número de soluções possíveis aumenta a cada minerador que se junta à rede de mineração. É desse contexto que vem a necessidade de dispositivos específicos para “chutar a resposta certa” e receber um pagamento.