Investir em criptomoedas é correr o risco do valor delas oscilar durante 24 horas do dia. Afinal, se tem uma característica que é comum entre elas é a volatilidade – ou, pelo menos, na maioria.
Proporcionando maior segurança aos seus usuários, as chamadas stablecoins são moedas digitais estáveis por serem pareadas a outros ativos, como o dólar ou o ouro, e podem ou não ter lastro no ativo a qual é pareada.
Apesar de funcionarem mais como uma proteção de patrimônio, e não como um tipo de investimento para valorização de fundos, as stablecoins acabam chamando a atenção de investidores com perfil mais conservador.
Isso acontece principalmente em casos em que a inflação está alta, pois, assim, a pessoa troca seu dinheiro que está investido em uma moeda forte (como o dólar) por uma cripto lastreada naquela moeda, garantindo mais facilidade e menores taxas de câmbio. Dessa maneira, o dinheiro não “evapora”.
Se você tem interesse em começar a investir em criptos, mas não sabe ao certo por onde começar, que tal dar uma olhada neste artigo e ver se as stablecoins são a opção certa para seu caso?
O que são Stablecoins?
Como o seu próprio nome já sugere, stablecoins nada mais são que “moedas estáveis”. Em outras palavras, é um tipo de ativo com baixa volatilidade, isto é, que não tem grande variação em seu preço ao longo do tempo, fato que é bastante comum entre as grandes criptos, como Bitcoin ou Ethereum.
As stablecoins unem dois pontos fundamentais das finanças: a segurança da tecnologia blockchain e a estabilidade das moedas fiduciárias, o que só é possível porque são pareadas a essas moedas ou, ainda, outros tipos de reserva, como o ouro ou petróleo.
Como surgiram?
Com a popularização das criptomoedas mais tradicionais, o mercado de criptoativos percebeu que precisava de um tipo de investimento mais estável (e simples) para que novas pessoas fossem atraídas.
Foi então que surgiram as stablecoins!
Em 2014, o Tether (USDT) – então chamado de realcoin –, foi lançado como um produto exclusivo, projetado para trazer estabilidade ao dólar ao mundo das criptomoedas.
Desde então, diversas stablecoins foram lançadas no mercado, chegando já a mais de 40, de acordo com o CoinMarketCap.
Como funciona uma stablecoin?
Para que uma stablecoin seja classificada como tal, o principal aspecto que ela precisa apresentar é ser pareada por ativos reais, seja ele uma moeda fiduciária ou não.
Com isso, o investidor sabe desde o início que o preço daquela cripto só irá oscilar caso o seu par também oscile.
Por que as stablecoins são importantes?
Em primeiro lugar, as stablecoins possuem seu devido valor pelo fato de formarem uma ponte entre o mundo real (das moedas fiduciárias) e o mundo cripto. Com isso, a maneira de manusear tais moedas torna-se mais fácil, pois a sua volatilidade não ocorre do mesmo jeito que as demais.
Além dessa questão, outras vantagens podem ser apontadas:
– As stablecoins são moedas abertas, globais e acessíveis, o que significa que qualquer pessoa do mundo pode investir nelas durante as 24h do dia, 7 dias na semana;
– São moedas com transação rápida e segura;
– Por serem nativas da internet, também são programáveis.
Qual a diferença entre stablecoin e CBDC?
Mesmo que uma stablecoin seja pareada com um ativo físico, ela não é emitida por nenhum órgão regulamentador – que é o que acontece com as moedas fiduciárias.
Logo, essa é a principal diferença entre o ativo e as CBDC (sigla do inglês Central Bank Digital Currencies ou “Moedas Digitais de Bancos Centrais”). Um exemplo de CBDC que tem dado o que falar recentemente é o real digital, a moeda digital do governo brasileiro.
Com essa lógica, pode-se afirmar que uma CBDC é uma stablecoin, porém o contrário não se aplica. Mas isso não significa que esses ativos não possam ser regulamentados por governos, já que existem stablecoins centralizadas, onde uma empresa está por trás da mesma.
Quais os tipos de stablecoins?
Ao contrário do que muitos podem pensar, as stablecoins não são todas iguais. Na realidade, elas possuem algumas subcategorias:
Stablecoin centralizada
Tipo mais comum de stablecoin disponível no mercado, as stablecoins centralizadas são aquelas lastreadas em moedas fiduciárias, como o dólar americano ou o euro, e contam com uma empresa por trás.
Aqui, a proporção utilizada é de 1:1, ou seja, 1 stablecoin equivale a 1 unidade da moeda. Dessa forma, para que uma stablecoin tenha valor no mercado, é preciso que sua emissora possua o montante equivalente aos ativos que estão em circulação.
Ou seja, se existem 1000 moedas de uma stablecoin lastreadas no real, é preciso que existam R$ 1000 de reserva.
Stablecoin cripto-colateralizada
Essas moedas são apoiadas por outras moedas, o que garante uma maior descentralização do que a apresentada nas stablecoins centralizadas.
Stablecoin commodity-colateralizada
Nessa categoria, as stablecoins possuem garantia por meio de commodities apoiados em ativos intercambiáveis, como o ouro. Contudo, não é incomum encontrar moedas digitais com lastro em imóveis ou petróleo.
Stablecoin não-colateralizada
Essas stablecoins, na teoria e na prática, não são apoiadas em nada – o que causa estranheza, já que tais moedas sempre precisam ter o lastro em algum ativo.
Um exemplo de uma stablecoin não-colaterizada é o dólar americano que, décadas atrás, se pareava com o ouro.
Stablecoin algorítmica
Essas stablecoins não possuem garantias associadas e são uma variante dessa classe para que mais estabilidade de preços seja oferecida aos usuários.
As regras para que elas possam funcionar estão disponíveis em smart contracts de forma incorporada.
Quais as vantagens das stablecoins?
As stablecoins são moedas digitais muito úteis no mundo das finanças, podendo ser usadas para realizar pagamentos ou transacionar dinheiro de um lugar do mundo a outro. Além disso, por possuírem um design de código aberto, elas também podem ser integradas a aplicativos digitais.
Confira outras vantagens que as stablecoins apresentam:
– São apoiadas por ativos do mundo real: se o ativo desvaloriza, a stablecoin desvaloriza também – e vice-versa;
– Possuem segurança criptográfica: por funcionarem dentro da blockchain, as transações das stablecoins são extremamente seguras;
– Podem ser usadas para transações globais: seu funcionamento é a nível global, o que significa que uma pessoa que mora no Brasil pode enviar dinheiro para um país do outro lado do mundo sem problemas;
– Têm taxas de transação muito baixas: transações internacionais normalmente têm um custo alto – o que não acontece com as stablecoins;
– Podem ser transferidas muito rapidamente: por conta da tecnologia em que estão baseadas, as transações são feitas quase que instantaneamente;
– Oferecem proteção para traders e investidores durante a volatilidade do mercado: investidores com perfil mais conservador podem investir no ativo com maior segurança;
– Podem ser enviadas e recebidas por qualquer pessoa, em qualquer lugar, a qualquer hora: por ser uma moeda digital, seu funcionamento é de 24/7;
– São ideais para pagamentos transfronteiriços de bancos centrais e empresas: as stablecoins não possuem fronteiras e suas transações são todas feitas digitalmente;
– Podem ser atreladas a quase qualquer ativo: desde que o ativo tenha um valor real, o pareamento é possível.
O que se pode fazer com stablecoins?
Como as stablecoins são criptoativos com a segurança das moedas fiduciárias, algumas questões são garantidas por elas:
Minimizar a volatilidade
A maioria das criptomoedas possui alta volatilidade, podendo custar R$ 1 de manhã e, à noite, R$ 0,20. Quando um ativo digital possui lastro a um mais estável, os investidores têm a garantia de sua estabilidade.
Transacionar ou guardar ativos
Para que as stablecoins sejam negociadas, não é necessário existir uma conta bancária – tal qual acontece com as moedas fiduciárias. Sendo assim, elas podem ser transacionadas em todo o planeta.
Receber juros
Quando se investe em stablecoins, os juros são recebidos e, normalmente, são maiores do que os praticados pelos bancos tradicionais.
Transferir dinheiro
É possível transferir valores de um país para outros sem taxas abusivas.
Proceder ao envio internacional
Com as taxas reduzidas e o processamento rápido, as stablecoins são uma ótima forma de transacionar dinheiro de forma internacional.
Quais são as principais stablecoins?
Hoje em dia, existem diversas stablecoins no mercado cripto, e nove das dez maiores em circulação são atreladas ao dólar.
Conheça abaixo alguns desses ativos:
Tether (USDT)
O Tether é a principal stablecoin do mercado, visto que possui o maior volume de negociações. Com lastro no dólar americano, a cripto já levantou diversas controvérsias, pelo fato de não contar com reservas suficientes capazes de lastrear a moeda.
USD Coin (USDC)
Desenvolvida pela Circle e Coinbase para ser uma stablecoin totalmente transparente, a USD Coin também é pareada no dólar americano e possui reservas na proporção 1:1.
Foi implementada como um token ERC-20 na rede da Ethereum.
TrueUSD (TUSD)
Pertencente à plataforma TrustToken, a TrueUSD é lastreada em dólar e seus ativos são mantidos sob custódia por terceiros, a fim de garantir que cada moeda emitida tenha um ativo real equivalente.
Terra USD (BUSD)
Moeda escalável, com rendimento e pareada ao dólar, a Terra USD é a stablecoin descentralizada e algorítmica da blockchain Terra.
Desenvolvida para agregar valor à comunidade da rede, a Terra USD ainda oferece uma solução DeFi para problemas de escalabilidade enfrentados por outras stablecoins.
Binance USD (BUSD)
Stablecoin pareada 1:1 ao dólar americano, a Binance USD é emitida pela Binance (a maior exchange de criptomoedas do mundo) em parceria com a Paxos e é aprovada e regulada pelo New York State Department of Financial Services (NYDFS).
Lançado em 2019, esse ativo busca integrar a estabilidade do dólar à tecnologia blockchain.
Dai (DAI)
Stablecoin descentralizada do protocolo MakerDAO, a Dai é pareada ao dólar, mas sem ter vínculo com a moeda fiduciária.
Isso é possível por conta de um mecanismo complexo de funcionamento, o qual é descrito em smart contracts.
Onde comprar stablecoin?
A maneira mais fácil de adquirir stablecoins é por meio de uma exchange, uma plataforma onde investidores podem negociar suas criptomoedas.
Aqui na Monnos, temos disponíveis em nosso portfólio algumas stablecoins, incluindo a Tether, que é a mais popular.
Para comprar suas moedas em nossa plataforma, você só precisa seguir o passo a passo:
1. Baixe o app (Android | Apple);
2. Faça o seu cadastro;
3. Realize um depósito (em reais ou em criptomoedas);
4. Comece a negociar suas stablecoins e mais outras 80 criptos!
Conclusão
Como você pode observar neste artigo, as stablecoins são criptomoedas que oferecem muito mais estabilidade aos investidores, por serem atreladas a algum ativo. E justamente por não contar com a alta volatilidade é que tem chamado tanto a atenção de novos investidores.
Uma inovação considerável para o universo cripto, as stablecoins funcionam como uma ponte entre o digital (e criptográfico) e o mundo real, proporcionando segurança e transparência aos seus usuários.
Para ter acesso a outros assuntos como esse, acompanhe as principais novidades desse mundo no blog da Monnos.